msdm a nomadic house-studio-gallery for photographic art and curatorial research, an expanded practice of the artist's book, photobook publishing and peer-to-peer collaboration created by contemporary artist paula roush
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Instrução #2
da série Instruções Patafísicas  Para Inserir
Irracionalidade no Quotidiano Português (2016)
Ana Carvalho + paula roush + Media Instáveis
Instrução enviada ao Primeiro Ministro
através do sítio da República Portuguesa
Screenshot da Instrução eletrónica

TITLE PROJECT: Faz Tu Mesmx
– Arte por Instrução
CURATORS: 
Media Instáveis/ Unstable Media
[margarida carvalho, ana carvalho,
sofia ponte, paula roush]
MEDIUM:
Exhibition of art by instruction
with a publication guide to the works
GALLERY:  SputeNik the Window
Porto, Portugal
DATES: 17 Abril- 21 Maio 2016

ABOUT THE PROJECT
Exhibition statement below

The publication Faz tu Mesmx
provides a guide and additional
works  to the exhibition.  
Download the zine here
Documentation below





With: 

Livia Flores

Mónica de Miranda

Daniel Moreira

Susana Pedrosa

Inês Ponte

Patrícia Portela

João Ricardo

paula roush

Luísa Salvador

Susana Mendes Silva

Adriana Tabalipa

Rui Torres e Nuno Ferreira

Marta Wengorovius




FAZTUMESMXZINE-instrucao1-xl

Instrução #1
da série Instruções Patafísicas Para Inserir
Irracionalidade no Quotidiano Português (2016)
paula roush + Media Instáveis
Instrução enviada ao Presidente da República
através do formulário “Escreva ao Presidente”
Screenshot da Instrução eletrónica

 

 

 

 

Faz Tu Mesmx – Arte por Instrução


Media Instáveis


 Faz Tu Mesmx – Arte por Instrução tem curadoria do coletivo Media Instáveis, fundado em 2015 por Ana Carvalho, Margarida Carvalho, Sofia Ponte e paula roush, dedicado à organização de exposições de arte, relacionadas com meios digitais, edição, performance e participação, que comentam a complexidade do momento contemporâneo. Esta exposição incide sobre as noções de obra de arte, objeto museológico e participação. Entendemos que a curadoria tem o potencial de envolver o visitante numa experiência que desafia as suas expetativas sobre a representação de arte. Assim propomos que para além das instruções que aqui se reúnem, os visitantes experimentem diversas conceções de obra de arte, mostrando como as normas e as convenções das exposições variam em relação ao conceito de arte em que estão em presença.

Desejamos que este projeto se afaste dos pressupostos modernistas da experiência da arte, mas que também, e de certa forma, resista aos imperativos de experiência global da arte. Faz Tu Mesmx – Arte por Instrução assume a escassez de meios materiais como um elemento simultaneamente condicionador e criativo, convocando o visitante a “materializar” uma parte significativa da obra de arte ou então do objeto museológico. Atualmente, e perante a viragem conceptual do capitalismo cognitivo, a arte por instrução acontece numa sociedade de circulação intensa de palavras, imagens e desejos nas redes globais de informação que consagraram a participação como o seu modelo de expansão e de produção de valor. Na obra de arte que se apresenta em forma de instrução não existe forma nem evento, só um conjunto de possibilidades propostas ao público.

A exposição propõe que o contato com a obra não se limite ao tempo e ao espaço da galeria mas transcenda os seus limites físicos. A sua poética da indeterminação e do envolvimento criativo do público convocam uma visão plurarista e imaginária do mundo, instalando novas relações entre a receção e o uso da obra de arte. Efetivamente, as instruções geram novas configurações através de interpretações, interações e respostas colaborativas e constituem-se como uma rede a partir da qual novas relações e criações se tornam possíveis, incentivando a sua abertura e uma experiência “faz-tu-mesmx”. A instrução acontece precisamente neste encontro entre conceção e participação, criação e uso.

O conjunto dos artistas apresentados nesta exposição é indicativo da diversidade das ligações entre as artes visuais e demais áreas artísticas e do conhecimento. Assim as instruções reunidas apelam a um conjunto de operações como habitar, mudar, contribuir, dialogar, apropriar, construir… ou dobrar como na instrução dobra a obra (faz tu mesma a obra dobra) de paula roush em que a ação cria um livro de folha única. As instruções articulam-se, em particular, com a arquitetura no caso do Daniel Moreira, que propõe uma instrução para usufruir de uma paisagem semi-imaginária, a música no caso do João Ricardo, que oferece um conjunto de instruções que permitem “afinar” o nosso aparelho de escuta, a antropologia, através do manual criado pela Inês Ponte que nos expõe ao desafio da tradução cultural, e pela transformação da linguagem de programação em ação física, no caso da parceria entre Rui Torres e Nuno Ferreira, que criaram uma instrução-poema.

As instruções propostas convocam também vários espaços: o “espaço de dois” gerado pela coreografia de dois corpos que cria um desenho performativo, concebido por Marta Wengorovius, os cruzamentos das narrativas emergentes na World Wide Web com os caminhos da cidade, como proposto pela Livia Flores, o espaço da galeria nesse convite a olhar, imaginar, escrever e desenhar o que se encontra a partir da sua janela, como sugerido pela Luísa Salvador, a obra íntima onde se dá um encontro e que parte da galeria para um outro lugar onde se repete ilimitadamente, como avançado pela Susana Mendes Silva. As impossibilidades, desenhadas pelo recurso à narrativa literária, de manobrar o tempo presentes na instrução de Patrícia Portela complementam-se com as possibilidades infinitas sugeridas por Adriana Tabalipa de manobrar o espaço, convidando à ativação de uma instrução para dentro de cada um.

Os espaços desdobram-se em diferentes temporalidades, que vão desde a instantaneidade da ação ao fluxo temporal da imaginação, do tempo do movimento e encontro dos corpos no lugar até ao tempo diferido da memória. Há ainda instruções como a da Susana Pedrosa que encenam um momento de paródia a partir de uma bandeira criada especificamente para o propósito. A bandeira é um signo que volta a aparecer na instrução (indireta) da Mónica de Miranda. Neste trabalho a bandeira comunica tensões entre conceitos de nações polarizadas.

 Faz Tu Mesmx – Arte por Instrução é uma exposição que valoriza o elemento afetivo e a comunicabilidade da arte; a economia dos meios que lhe subjaz encontra-se imbuída de uma dinâmica de partilha e dádiva. Para além da preocupação com as questões de género, foi premissa nossa considerar a pluralidade cultural e, nesse sentido, exploramos a multiplicidade de abordagens e convocamos a língua portuguesa. Procura-se criar um encontro entre obras e público e potenciar o devir das instruções no público, convocando o caráter processual da instrução e a sua experimentação criativa.

 Lisboa Londres Porto Abril 2016

 

 

 

 

 

 

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